Importância da Botânica na Formação de Paisagistas
Você já parou para pensar no quão interdisciplinar é a profissão do paisagista? Já se deu conta de que, para exercer a profissão, devemos ter noções de arquitetura, arte, botânica para paisagistas, agronomia, design, ecologia, urbanismo, etc?
São tantos temas/qualidades necessários que um iniciante pode mesmo se sentir intimidado. E não é para menos. A ausência de uma regulamentação e de uma graduação específica dificultam a formação do paisagista, que deve buscar incrementar seus conhecimentos de forma autônoma, através de cursos livres, técnicos ou de pós-graduação.
Acontece que essa busca pelo conhecimento muitas vezes não é linear, de forma que algumas disciplinas são negligenciadas ao longo do caminho, como é o caso da Botânica. Existe até um termo para se referir a isso, que chamamos de “cegueira botânica”.
A botânica é a ciência que estuda as plantas na sua multiplicidade de aspectos, desde crescimento, genética, reprodução, fisiologia e desenvolvimento até evolução de vida, populações e ecossistemas. No campo do paisagismo, é ciência de importância fundamental em diversos aspectos, dos quais posso elencar rapidamente: 1) na escolha de espécies, 2) no posicionamento das espécies no projeto (sol/sombra, solo úmido/seco, presença/ausência de ventos), 3) na elaboração de composições entre as espécies, 4) na manutenção dos canteiros (quando/como podar ou adubar), 5) na identificação e controle de pragas e doenças, etc.
De forma geral, podemos dizer que o estudo da botânica é peça chave para o paisagista projetar jardins não só esteticamente belos, mas funcionais e ecológicos, que promovam a conservação dos nossos ecossistemas e reduzam o impacto ambiental das ações humanas, principalmente nas grandes metrópoles. É disciplina fundamental na criação de espaços verdes provedores de serviços ambientais para a nossa flora e fauna nativas.
Bianca Brasil – Mestre em botânica e Paisagista na EKOA Paisagismo
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